Parasitas energéticos

No que diz respeito às posturas possíveis diante de seres do mundo invisível, existem dois extremos que eu considero igualmente nocivos. Um desses extremos foi o que deixou sua marca na cultura europeia entre o final do medievo e a renascença, com a paranoia de que praticamente todos os seres seriam demônios, enviados pelo próprio Satanás para tentar arruinar a sua vida e desviar você do caminho. Já o oposto é o que a gente observa com muita frequência entre o povo New Age e entre alguns kardecistas, que é marcado pela credulidade, uma falta absoluta de desconfiança quanto às intenções de qualquer coisa que se encontre do outro lado.

As duas posturas são nocivas por sua falta de nuance. Quando os cristãos simplificaram todo o mundo espiritual usando apenas os rótulos de “anjo” e “demônio”, o grosso dos seres incorpóreos – deidades, espíritos da natureza, elementais, espíritos dos mortos, etc. – acabou indo parar nessa segunda categoria. E quando você tem um mundo em que TUDO é um demônio disfarçado tentando fazer você se desviar da “fé verdadeira”, a vida vira um completo e constante terror1. Afinal, não tem como ter paz de espírito se Satanás está sempre à espreita, e a ideia de Deus que emerge daí, inclemente e punitivo, basicamente um supervisor de empacotador da Amazon, é uma fábrica de produzir ateus.

Há um tipo de narcisismo nessa postura também, como se a gente fosse tão importante a ponto de o capeta ter que mandar uma multidão de funcionários para atormentar cada um de nós. Aí a atitude Pollyana vai ter esse mesmo centro narcisista, mas virando as coisas de ponta-cabeça: qualquer criatura que se apresente como um “ser de luz” é interpretado como tal, mesmo que suas ações sejam claramente nocivas, porque afinal todos os seres do universo estão ali para o nosso benefício, todos eles têm o nosso bem-estar pessoal e “evolução” como prioridade. E é assim que a gente acaba criando umas Judy Zebra Knights da vida.

A solução, a meu ver, é tratar as coisas com um grau maior de nuance. Existem muitos seres no mundo invisível, assim como existem no mundo físico – qual a intenção deles, qual o efeito do contato com cada um desses seres, aí isso vai variar, caso a caso. Há, sim, seres que são deletérios, não por serem malignos, enviados do próprio Satanás, mas porque eles têm uma certa natureza e ela não é compatível com o que o ser humano busca, porque o ser humano é apenas mais um ser entre diversos outros.

E dentre os seres nocivos, o mais comum é o que podemos chamar por vários nomes, incluindo parasitas, larvas astrais2 e elementais negativos. Eu já toquei nesse assunto num texto anterior sobre formas-pensamento, mas, como muita gente me perguntou recentemente, decidi agora dedicar um texto só sobre isso.

“Endarkenment”, arte de Alex Grey.

O que é um parasita?

É importante ter essas noções em mente por uma série de motivos. Primeiro, por uma questão de proporção: há um certo glamour quando se fala em demônios, e se essa for a única referência que as pessoas têm de seres nocivos, aí é fácil fazer uma bobagem parecer algo muito maior do que é. Depois, tem o fato de que a pessoa se sente importante e especial quando acredita que está sendo alvo de “demônios”, como se fosse o próprio Constantine. Mostre para ela que, na verdade, é o equivalente de uma verminose… e esse glamour se desmancha rapidinho. Mas o grande benefício, a meu ver, é o lado prático. Com o diagnóstico correto, é possível proceder da maneira mais eficaz – e é isso que importa.

Uma fonte muito interessante para estudarmos os tipos de seres do mundo invisível é o site do treinamento do sistema Quareia (já falei deles aqui anteriormente), tocado pela Josephine McCarthy e pelo Frater Acher. Eu não concordo com tudo que eles dizem, pessoalmente (a concordância completa quase nunca acontece no ocultismo, afinal), mas acho os textos do site sempre muito ilustrativos. O módulo 6 de aprendiz se chama Types of Beings e tem uma lição, número 4, dedicada a tratar desses seres, a quem eles se referem pelo nome de parasitas. Pois, então, o que é um parasita?

Bem, eu acho o nome bastante ilustrativo, porque são criaturas que se comportam como os parasitas do mundo físico – pulgas, vermes, carrapatos, etc. Inclusive, para clarividentes é muito comum que eles apareçam assim, na forma de mofo, de certos animais invertebrados e outras coisas desagradáveis. A arte do Alex Grey, que eu usei para ilustrar esse texto, é um exemplo bastante claro, acredito.

Assim como parasitas do mundo físico buscam se alimentar de nós, seja do nosso sangue ou outra fonte de nutrientes em nosso corpo, os parasitas incorpóreos se alimentam das substâncias sutis de nossos corpos energéticos. Os parasitas do mundo físico são cuidadosos: eles fazem o possível para não serem detectados e manipulam o hospedeiro de modo a tirar proveito de suas ações. Esse é um modus operandi recorrente, desde o oxiúro que faz a pessoa coçar o ânus para engolir os ovos e se reinfectar, até a toxoplasmose que faz o rato perder o medo do gato, seu hospedeiro definitivo, ou o fungo das formigas-zumbis que assume o completo controle do animal e o leva a espalhar os esporos o máximo possível. E com os parasitas energéticos, acontece a mesma coisa. Geralmente há algum tipo de comportamento associado a uma emoção forte que serve de alimento, então o parasita influencia o indivíduo a ter esse tipo de comportamento e se alimenta da energia, ficando mais forte – aumentando, com isso, sua própria capacidade de influência sobre o hospedeiro.

Se não houver uma intervenção, a tendência é que o parasita cresça até se tornar muito forte e a vítima fique inteiramente à sua mercê. A Josephine oferece um estudo de caso em que a vítima chega nesse ponto, com a história de um tal de Frank, que já comentamos aqui anteriormente, inclusive. Frank é um praticante de magia freestyle e começa a fazer uns experimentos astrais, contatando “alienígenas”. No final, ele acaba todo fodido e precisando de uma intervenção mágica. É possível um hospedeiro privar o seu parasita de alimento ao se recusar a engajar com o comportamento que o nutre – e nesse caso, o mais provável é que o bicho pule fora e procure outra vítima mais suscetível, porque ele precisa se alimentar, – mas resistir aí pode acabar sendo muito difícil, justamente por conta do poder de influência desses seres quando eles estão bem alimentados.

“Astral Parasite”, arte de Tillinghast23, no DeviantArt.

Agora, o Quareia é um sistema mágico moderno, criado no e para o século XXI, mas eles não inventaram nada disso. Na verdade, a primeira vez que eu li sobre esse tipo de seres foi no livro do Bardon, Magia Prática: o caminho do adepto, cuja publicação original data de 1956. Lá, no entanto, eles são chamados pelo nome igualmente asqueroso de “larvas astrais”3, que me parece ser o mais comum na terminologia do ocultismo contemporâneo. Diz o autor na seção “Reconhecimento consciente de seres de diversos tipos”, contida no Grau VI do livro:

As larvas se criam sozinhas, aleatoriamente, na esfera mental correspondente, através de fortes estímulos psíquicos, de quaisquer tipos. Quanto mais forte for o estímulo, tanto maior é a perda de matéria mental da pessoa e tanto mais forte, densa e vital torna-se a larva, principalmente quando aquele estímulo psíquico se repete constantemente. Essa geração aleatória de larvas na esfera mental ocorre com todas as pessoas, magicamente instruídas ou não, jovens e velhas, inteligentes ou não, sem levar em conta o fato delas saberem disso ou não. Quando não se dá mais atenção àquela coisa que provocou o estímulo psíquico, a larva vai se afastando aos poucos, até finalmente se dissolver totalmente e desaparecer. Por isso é que na nossa esfera mental existe uma constante geração e destruição de larvas criadas pelos nossos estímulos psíquicos, o que acarreta uma perda de matéria mental nas pessoas. As causas desses estímulos psíquicos podem ser muitas, mas normalmente são o medo, a preocupação, o horror, o ódio, a inveja, etc. (…) Podemos então concluir que a larva se torna tão mais forte quanto mais retornamos à origem do estímulo psíquico e quanto mais lhe damos atenção. Se uma larva chega a se adensar muito, ela adquire um instinto de autopreservação e tenta prolongar a sua vida o máximo possível. Em qualquer oportunidade ela provoca o espírito da pessoa em questão para trazer de volta a sua atenção à origem do estímulo e reavivá-lo. Uma larva tão bem nutrida pode se tornar um tormento para uma pessoa mais sensível ou estimulável, e provocar muitas perturbações mentais, como a mania de perseguição, e outras.

Bardon toca nos mesmos pontos aqui que observamos no texto da Josephine: a relação entre as larvas e estímulos de forte natureza emocional, o instinto de autopreservação desses seres e a tendência a fazer com que a pessoa retorne à origem daquele estímulo, o que cria esse círculo vicioso que fortalece as larvas. Há uma confusão, no entanto: Bardon comenta que “larvas se criam sozinhas, aleatoriamente, na esfera mental correspondente”, uma descrição que não bate com a de Josephine, de que os parasitas fazem parte do, digamos, ecossistema do mundo invisível. Na verdade, ele mais se assemelha à descrição das formas-pensamento no livro célebre de Anne Besant e Charles Leadbeater que traz esse nome. Isso é confirmado quando, num outro parágrafo, Bardon descreve a aparência das larvas, menos nojento do que o esperado: “um pensamento de ódio poderá assumir a forma de um raio ou de uma flecha”. De fato, aqui vemos o mecanismo da criação de formas-pensamento, como já tratamos anteriormente. Seriam essas coisas a mesma coisa, então?

Ilustração do livro de Besant & Leadbeater representando uma nuvem psíquica de formas-pensamento

A resposta é não, a meu ver, mas dá para entender que se trata de um equívoco honesto. O que se cria espontaneamente em nossa esfera mental são formas-pensamento. O conteúdo delas vem do plano mental, enquanto seu invólucro é astral, e elas aparecem para os clarividentes com formatos variados de acordo com o seu conteúdo (todo o livro de Besant & Leadbeater trata disso) e se dissolvem quando não são alimentadas pela nossa atenção. Porém, formas-pensamento contêm uma energia emocional que serve de alimento para as larvas/parasitas, embora as larvas em si não sejam criadas por nós, mas sim atraídas de algum outro lugar e alimentadas. É o equivalente às migalhas que a gente deixa cair e que atraem formigas. Entendo que deve ter sido essa a confusão feita por Bardon, porque uma coisa puxa a outra e, sem uma análise mais longa e detida, é fácil chegar à conclusão de que se trata de um mesmo objeto, do mesmo modo como, no medievo, acreditava-se que as larvas de mosca eram geradas espontaneamente pela sujeira.

Quem esclarece essa confusão para nós é o fundador da escola de Cura Prânica, mestre Choa Kok Sui, em um dos livros de base, Psicoterapia Prânica. Nesse livro, ele explica o funcionamento dos centros energéticos (chakras) no nível da ação emocional e mental (todos os chakras agem em todos os níveis, físico, emocional, mental, etc). Nos livros anteriores4, trabalha-se com a energia suja de um modo mais indistinto. Aqui a gente observa alguns componentes específicos da sujeira que se tira dos corpos energéticos, e isso inclui as formas-pensamento e os elementais negativos. Mestre Choa descreve os elementais como “seres sob forma energética cuja consciência não está totalmente desenvolvida” e também recorre a metáforas: são “baratas ou parasitas etéricos” que se alimentam dessas emoções destrutivas. A diferença entre eles e as formas-pensamento é que as formas-pensamento são criações artificiais que a gente lança no mundo invisível, enquanto os elementais existem lá naturalmente. No mais, como a gente aprende no livro de Autodefesa psíquica do mestre, elementais negativos também podem ser enviados em rituais de magia maléfica… mas é um tipo de ataque tão básico que chega a ser meio patético.

Agora tem mais um conceito interessante aí, em termos de descrição da anatomia energética: os nossos chakras possuem o que são chamadas de “redes” ou “teias” protetoras. A função delas é agir como um filtro e impedir que a energia suja e esses seres tenham acesso às partes interiores dos chakras. Enquanto um elemental está na nossa aura ou nas partes mais superficiais dos nossos chakras, embora haja ali alguma influência, ela é bem menor do que se ele conseguir passar pelas redes – e eles não têm força para isso (são seres muito fracos, como diz o mestre), porém há ações nossas que podem rompê-las, e aí a situação complica, porque perde-se essa defesa. Acessos violentos de raiva, o uso descontrolado de alucinógenos e o consumo abusivo de álcool (o famoso “dar PT”), por exemplo, rompem as redes.

A questão é que, embora o mestre não fale disso em especial (não é o foco do livro), eu entendo que certas práticas mágicas também podem permitir que os parasitas passem, porque a clarividência está ligada à abertura controlada das redes de certos chakras. Quando Frank, no estudo de caso da Josephine, fez o seu contato com os parasitas “alienígenas” por meio de práticas visionárias (o que é muito parecido com viagem astral), ele abriu as suas defesas, e então eles passaram a beber a sua energia de canudinho. Por isso que é um caso tão grave. Na maior parte das vezes, no entanto, por mais que a gente não possa bobear, a influência dos elementais não deve ser tão danosa.

Como lidar?

As pessoas tendem a ficar meio em pânico quando a gente fala desse tipo de criaturas, o que eu acho compreensível: quando eu era criança e tinha aulas sobre verminoses nas matérias de ciências na escola, eu também ficava apavorado. Foram anos até eu ter coragem de comer carne que não fosse bem passada (é, um crime contra a carne, eu sei). Mas não há motivos para ter pânico.

Também tem quem já possui uma prática mágica e se sente meio invencível por isso. Aí lê sobre parasitas e pensa, “ah, eu faço banimentos, estou protegido”. E é aí que mora o perigo. Vou dar um exemplo hipotético que eu acho que vai servir para ilustrar.

“Despair”, arte de Alex Grey

Vamos imaginar alguém que tenha problemas com raiva. Às vezes a pessoa já tem um temperamento propício – um Marte debilitado fazendo aspecto tenso com a Lua no mapa natal, por exemplo, – aí vai parar num ambiente insalubre que vai trazer isso à tona, e eis a tragédia anunciada. Uma pessoa que esteja sempre irritada, querendo esganar os outros, alimentando o tempo inteiro esses sentimentos de raiva, vai atrair seres que se nutrem da sua raiva. Então eles vão ficar bem gordinhos, e o que era um estado de irritação constante vai ficar cada vez mais insuportável, e os acessos de raiva mais frequentes. Com o tempo, ela vai manifestar problemas de saúde física e, sem uma intervenção, a sua qualidade de vida só vai piorar e vai acontecer situações como ela quebrar coisas caras em casa porque pensou com o fígado ou ser demitida do trabalho porque agrediu o chefe. De quebra, ela não vai nem imaginar que está parasitada, porque não consegue distinguir os sentimentos que partem dela versus o que é uma influência externa. E tudo isso é agravado pelo fato de que a raiva tem o poder de romper as redes de proteção dos chakras…

Agora vamos imaginar que essa pessoa hipotética faça uma terapia eficaz que lhe dê um bom repertório de técnicas para tomar consciência desses problemas e controlá-los. Ela não vai eliminar os seus elementais negativos assim – é muito provável que ainda dê para encontrá-los na sua aura, – mas ela não vai alimentá-los até a coisa sair de proporção. Ela aprende a conviver com eles até certo ponto. No entanto, se ela tiver acesso a técnicas eficazes, não apenas psicológicas, mas mágicas e espirituais, ela pode eliminar esses seres com uma boa limpeza e trabalhar para refinar o seu caráter de modo a não atraí-los mais. Práticas de cura energética, meditação, remediação astrológica, purificação dos quatro elementos, tudo isso nesse caso vai ajudar a avançar, com o tempo, na direção de mudanças interiores profundas e duradouras.

Aqui eu dei um exemplo com o sentimento de raiva, que o mestre Choa também usa no livro, mas qualquer emoção destrutiva, dessas que sujam o nosso corpo energético, tem elementais negativos associados a ela (Bardon lista: “o medo, a preocupação, o horror, o ódio, a inveja, etc”). Além da raiva e comportamentos agressivos, a Josephine lista ainda as atividades e emoções de comportamentos obsessivos e/ou compulsivos, sentimentos de poder e controle, medo, dor e mesmo certas sensações que são agradáveis, mas podem levar à compulsão, como o orgasmo5. Energia sexual é uma delícia para esses seres, e eu nem quero imaginar a farra que eles fazem com o hábito da magia de sigilos lançados com uma mão só.

Como eu disse, o grande problema é quando a pessoa tem alguma experiência com magia e se acha invencível por isso. Você pode fazer um escudo áurico, mas escudos sem limpeza são inúteis. E, sim, a maioria dos parasitas mais fracos podem ser eliminados com uma boa limpeza. Só que a limpeza não adianta se, na sequência, a pessoa voltar aos mesmos hábitos que atraíram esses seres para começo de conversa. É tomar um banho anticarrapatos e depois ir rolar sem roupa no mato.

No mais, como vimos, os parasitas piores são os que estão ligados a práticas mágicas. O caso do Frank foi um exemplo de alguém que rolou pelado no mato múltiplas vezes, mas é possível até mesmo uma egrégora legítima ficar infestada de parasitas. A egrégora pode ter uma conexão com uma força espiritual de fato e ter técnicas próprias de limpeza, mas egrégoras são meio que nem estabelecimentos comerciais. Todo mundo conhece um lugarzinho para comer, por exemplo, que era desconhecido e bacana, mas aí fez sucesso, saiu no TikTok e ficou inviável. Quanto mais uma egrégora cresce, mais fácil fica trabalhar com ela, fato, mas sem um controle de quem pode acessá-las, a coisa vira bagunça muito rápido.

Pisque o… enfim.

Um ótimo caso de um parasitão de egrégora é o Ashtar Sheran e afins (para quem não conhece, conferir a nota de rodapé aqui)6. Com frequência, ele tenta se insinuar em trabalhos com a Fraternidade Branca, que é uma egrégora legítima, que funciona e tudo o mais. É como um malware num banner de um site em que as pessoas clicam desavisadas. Ele passa a conversa de que é um ser de luz que está ligado às frotas estelares do caralho à quatro, e se a pessoa acreditar e começar a trabalhar com ele, em vez de simplesmente bani-lo, vai acabar parasitada. Ele até se enfiou em algumas versões da oração de São Miguel Arcanjo de 21 dias. É um bicho ardiloso.

OK, beleza, eu já falei bastante desses seres. Agora como que lida?

Primeiramente, não entre em pânico. Não tem necessidade disso.

No treinamento do Quareia, nesse primeiro momento, a Josephine nos instrui apenas a observar esses seres. Numa lição, no nível de “Iniciado”, aprende-se a removê-los e encaminhá-los ao submundo, utilizando as ferramentas desse sistema, o que é descrito também no livro de exorcismos da Josephine, The Exorcist’s Handbook. Mas há outros métodos, que dá para dominar em menos tempo. Na Cura Prânica, como vimos, o Mestre Choa trata do assunto no livro de Psicoterapia Prânica. Com as técnicas da escola, é possível desintegrar e transmutar os elementais negativos sem maiores dificuldades, independentemente do tamanho deles, e qualquer praticante experiente vai saber lidar. Resolve-se muita coisa com algumas sessões de cura.

Para quem está lendo e quer fazer alguma coisa a respeito por conta própria, infelizmente não tem nenhuma solução milagrosa que eu possa indicar. A melhor postura é ter uma rotina de limpeza energética, tanto no seu campo pessoal quanto na sua casa, e prestar atenção no seu comportamento, não deixar a vida entrar no piloto automático. Com uma rotina de limpeza, já dá para se proteger contra a maioria dos elementais menores e enfraquecer os maiores, se houver. A partir daí, é bom pensar os seus hábitos: Qual tem sido o seu estado de espírito no geral? Quais são os sentimentos pelos quais você passa ao longo do seu dia? Existe algum hábito compulsivo? Você tem algum vício do qual você não consegue se livrar, mesmo fazendo tratamento? Existe algum pensamento obsessivo que tem retornado? Existe algum hábito que você tem que faz com que você se sinta mal depois? Esse trabalho de introspecção é importante, porque ter consciência das nossas vulnerabilidades é o primeiro passo para tratá-las.

Quanto aos parasitas que dá para contrair via práticas mágicas… aí, bem, esses bichos são mais ardilosos. Já ajuda se você evitar fazer magia sexual e consumir enteógenos à moda caralha, evitar ritual de magista de TikTok, servidor coletivo, viagem a cantos suspeitos do plano astral e coisas assim. Mas, como dito, mesmo egrégoras legítimas têm lá as suas baratas. E aí tem que ficar esperto. Eu não acho que necessariamente esses seres vão invadir o seu espaço se você trabalhar com uma egrégora parasitada, contanto que você cuide das suas proteções, mas é possível que eles fiquem ali na porta, pedindo a sua permissão para entrar e dando ideia errada. Preste atenção, anote os detalhes das suas experiências mágicas, especialmente o que lhe parecer mais esquisito7, depois vá tirar as dúvidas no seu oráculo de confiança. E, se o bicho pegar, tenha uma boa espada consagrada ao alcance da mão.

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  1. Ironicamente, o medo é um sentimento que abre o nosso campo e mina as nossas defesas, e aí essa mentalidade acaba sendo contraproducente ↩︎
  2. John Michael Greer, em seu livro Monsters, fala ainda em larvas etéricas, mas os seres que ele descreve são diferentes do que vamos ver aqui. As larvas descritas por Greer são algo como decompositores energéticos, sem um propósito parasítico deliberado. ↩︎
  3. Eu não consigo localizar o uso do termo com esse sentido na literatura ocultista antes de Bardon. A bem da verdade, a aplicação do termo “larva” aqui é bem interessante, porque a palavra vem do latim, onde tem o sentido de “fantasma”, “espectro”, “espírito maligno”, mas também “máscara” (fonte), inclusive é mais ou menos assim que o termo aparece antes, em Lévi (A Chave dos Grandes Mistérios). A acepção zoológica, que se torna mais conhecida, começa com Lineu no século XVIII. Em todo caso, acho que a associação é bastante fortuita. ↩︎
  4. Os cursos e livros de Cura Prânica fazem uma sequência, começando com o curso básico, ligado ao livro Ciência da Cura Prânica, que fornece os fundamentos no que diz respeito à anatomia energética e técnicas simples de cura, passa pela Cura Avançada e depois chega na Psicoterapia Prânica. Talvez seja importante frisar que “psicoterapia” nesse contexto não tem nada a ver com psicoterapia de deitar no divã. É apenas o nome que abrange as técnicas de Cura Prânica que se concentram em tratar dos aspectos mais mentais e emocionais. ↩︎
  5. Não são só parasitas etéricos/astrais que gostam disso tudo. Os espíritos de mortos que foram filhos da puta em vida também são atraídos por comportamentos destrutivos. Aí eu recomendo consultar um terreiro. ↩︎
  6. Ashtar Sheran é um suposto ser extraterrestre contatado pela primeira vez em 1952, na Califórnia, pelo ufólogo norte-americano George van Tassel (1910 – 1978). As convenções que van Tassel organizou nessa época foram um sucesso tremendo, atraíram milhares de pessoas e representam um dos primeiros exemplos mais proeminentes do fenômeno das religiões OVNI. Outras pessoas depois começaram a receber mensagens de Ashtar Sheran, dando origem ao Comando Ashtar, de Robert Short, mas aí com isso começou também toda uma confusão quanto à autenticidade dessas comunicações, o que é complicado ainda mais, porque, assim como ocorre com evangélicos que tentam profetizar a data do arrebatamento, foram feitas muitas previsões que não se concretizaram. O teor desse discurso geralmente gira em torno de dar avisos quanto aos perigos da bomba atômica (era a época da Guerra Fria, afinal) e afins, mas também tranquilizar os seguidores de que tudo vai ficar bem, porque há milhões de naves espaciais supervisionando o processo de evolução planetária ou algo nesse sentido, prontas para levar embora todo mundo que elevar a sua vibração ou toda a humanidade, assim que ela evoluir o suficiente, ou então realizar uma intervenção direta e suplantar os governos falhos da Terra por um governo de alienígenas sábios (ah lá, a mentalidade colonialista). Embora não haja algo de nocivo necessariamente na parte ética das mensagens, que enfatizam o amor e a união universal, esse tipo de apocalipcismo ufológico é perigosíssimo e esses mesmos motes aparecem no discurso de seitas como Heaven’s Gate, Love Has Won e outros movimentos afins. No mais, essas décadas de promessas que não concretizam deixa claro que esse pessoal infelizmente está sendo enganado para doarem sua energia e seu tempo a um bando de golpistas do astral. O que permitiu que Ashtar parasitasse a egrégora da Fraternidade Branca foi a confusão que as pessoas fizeram quando começaram a associar esses farsantes com os mestres ascensionados. ↩︎
  7. Um exemplo de que eu gosto que aconteceu no Curious Cat foi alguém que disse que parecia que Hécate estava querendo que ela mexesse com magia qlifótica… extremamente suspeito. ↩︎

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