A meditação cabalística de Abulafia

Abraham Abulafia é um dos meus personagens favoritos no campo do misticismo judaico. Em primeiro lugar, porque temos apenas a data de nascimento dele (1240, em Zaragoza, na Espanha), mas não a sua data exata de morte, que acredita-se que teria sido em algum momento depois de 1291, na ilha de Comino, arquipélago de Malta…

Um hino a Shamash, deus do Sol

O nome para o Sol costuma ser bastante parecido na maioria das línguas semíticas: fala-se shams em árabe, shemesh em hebraico e shemsha em aramaico siríaco, por conta de uma raiz comum, shin-mem-shin, que origina todas essas palavras e tem a ver com o Sol. E assim, em acadiano, sendo também uma língua semítica (ainda…

Nove fórmulas para magia babilônica

Qualquer livro sobre magia cerimonial vai incluir uma série de fórmulas em grego, latim e hebraico. Hekas hekas bebeloi, procul este profani, amen. Essas fórmulas dão um colorido a mais ao ritual, mas mais do que isso apontam para as fontes das quais essas tradições bebem (embora com frequência o domínio de ocultistas de línguas…

Um hino a Sîn, deus da Lua

A gente, por inúmeros motivos, tem uma tendência tão grande de instintivamente associar a Lua ao feminino que talvez seja surpreendente descobrir que os povos do Antigo Oriente Próximo tinham divindades lunares masculinas. No Levante, no panteão cananeu, ele se chamava Yarikh (uma das palavras para Lua em hebraico é o cognato yerah ou yareach,…

Um hino real a Ishtar

A grande deusa conhecida como Ishtar entre os babilônios e Inana entre os sumérios é, de longe, a divindade mais popular do panteão mesopotâmico. Talvez não por acaso, o texto dedicado a ela publicado aqui no ano passado, “Ishtar, deusa do sexo e da guerra (mas muito mais do que só isso)”, seja o segundo…

Um hino a Ea, deus da sabedoria

Dentre todos os deuses mesopotâmicos, este é talvez o mais simpático. Seu nome é Enki entre os sumérios, literalmente “senhor” (EN) “da terra” (KI), mas é conhecido como Ea em babilônico. Eu já falei dele brevemente em meu texto sobre o panteão mesopotâmico e, assim como eu fiz com Marduk, achei que valia a pena…

Incorporando Cabala à sua prática: uma resenha de Sepher Yetzirah Magic

No texto de hoje vamos experimentar com um formato que ainda não exploramos aqui n’O Zigurate: a resenha de livros. E são vários os motivos pelos quais eu escolhi justo o Sepher Yetzirah Magic: Magic and Meditations derived from the first and greatest Qabalistic work, de David Rankine (Hadean Press), para inaugurar esse tipo de…

Magia bíblica: como usar os salmos

A magia de salmos tem muitas coisas em comum com o que já vimos antes com a magia angelical, para bem e para mal. E, inclusive, as duas estão relacionadas, como veremos mais adiante neste texto. Ambas as formas de magia fazem parte de um repertório mais tradicional, tanto da magia popular (folk magic) quanto…

Ishtar, deusa do sexo e da guerra (mas muito mais do que só isso)

No calendário judaico, que é lunissolar e começa mais ou menos em março/abril, hoje é o dia 18 de Elul, o 6º mês do ano. Acontece que a inspiração para o calendário judaico foi o babilônico, tendo sido adotado durante o período do Exílio, no século VI a.C.1, e Elul equivale a um mês com…