O que é a Árvore da Vida cabalística?

Você provavelmente conhece a Árvore da Vida cabalística, nem que seja só de vista. Provavelmente já a viu em algum lugar. É um dos símbolos mais famosos do esoterismo, afinal. Eu mesmo, muito antes de começar a mexer com magia e espiritualidade, tive meu primeiro contato com o conceito graças à literatura, por conta do romance O pêndulo de Foucault, do Umberto Eco1. No entanto, apesar de sua fama, a Árvore da Vida é um símbolo muito mal-compreendido2, por isso achei que valia a pena escrever algumas palavrinhas sobre o assunto. No mais, esta semana teremos duas aulas sobre Cabala, dos cursos INTRODUÇÃO À ÁRVORE DA VIDA e CABALA, ASTROLOGIA E O TARÔ, e eu acho interessante oferecer aos alunos um material por escrito adicional (e para quem quiser se inscrever, ainda temos VAGAS ABERTAS… esses serão os últimos cursos do ano, aliás, e eu não tenho previsão de quando vou oferecê-los novamente, por isso, para quem tem interesse recomendo não deixar passar a oportunidade!).

Então, o que é a Árvore da Vida?

Em resumo, é um diagrama representando as relações entre as sefiroth. Mas aí, claro, isso nos leva a uma outra pergunta: o que são as sefiroth? E lá vamos nós.

Rolo do Leste Europeu do século XVIII com ilustrações cabalísticas. Fonte aqui.

As 10 sefiroth

Uma das formas mais didáticas de entendermos as sefiroth é como emanações de Deus (há quem use o termo “hipóstases”, mas aí é um palavrório um pouco mais rebuscado). Eu entendo que a origem desse entendimento é radicada nas doutrinas do neoplatonismo, que é uma fonte antiga da qual os cabalistas beberam. Há quem identifique também influências gnósticas.

A Cabala judaica trabalha, assim como outras tradições afins, com o conceito de um Divino ao mesmo tempo transcendente e imanente – imanente, porque ele permeia toda a Criação, mas transcendente, porque não está limitado a ela. Ao Deus transcendente a Cabala vai chamar, em hebraico, de Ein Sof: sem (Ein) fim/limite (Sof). E esse é o aspecto absolutamente inefável e inapreensível do Divino, porque precede e está além da realidade. Em resumo, a forma como esse Divino transcendente se desdobra de modo a constituir o mundo físico que habitamos, distante como ele é da perfeição divina, é o que as sefiroth encenam e representam.

Sefiroth é um termo plural, o singular é sefirah. Sua raiz está nas letras hebraicas S-P-R (samekh-peh-resh), o que remete ao conceito de contagem (miSPaR, com a mesma raiz, é “número”). É por isso que elas são 10, o número de dedos da mão usados para contar, em oposição às letras. Mas como frisa Aryeh Kaplan, elas não são os números em si e, sim, em vez disso, “as fontes das quais os números se originam”. Sua primeira aparição é no Sefer Yetzirah (O Livro da Formação), um dos livros mais fundamentais do misticismo judaico. Nele consta, versos 1:2, “Dez sefiroth de nulidade [belimah] e as 22 letras de fundação”.

O grande problema é que o Sefer Yetzirah está sendo profundamente misterioso nesse trecho. Como comenta o Dr. Justin Sledge, não tem muito bem como saber o que os autores queriam dizer quando escreveram isso em seu contexto original3. Com os anos, conforme a tradição se desenvolve, o conceito vai sendo elaborado, mas se o que sefiroth significa na Cabala luriânica (que é a tradição, digamos, mais famosa, radicada nos ensinamentos do mestre Isaac Luria) seria o mesmo que elas significavam quando o Yetzirah foi escrito, ninguém sabe ao certo.

Cada uma das sefiroth tem um nome próprio, o que também é um desenvolvimento posterior na tradição. Esses nomes são os seguintes, indo em ordem das sefiroth superiores à inferiores:

  • Keter (“coroa”)
  • Chokhmah (“sabedoria”)
  • Binah (“entendimento”)
  • Chesed (“bondade amorosa” ou “misericórdia”), também chamada de Gedullah (“grandiosidade”)
  • Geburah (“poder” ou “severidade”), também chamada de Pachad (“terror”) ou Din (“julgamento”)
  • Tiffereth (“beleza”)
  • Netzach (“vitória” ou “eternidade”)
  • Hod (“esplendor”)
  • Yesod (“fundamento”), também chamada de Kol (“tudo” ou “o todo”)
  • Malkut (“reino”)

Como se pode ver pelos nomes das sefiroth, algumas delas são conceitos abstratos, já outras representam polaridades de atributos divinos4. Keter, a Coroa, é a emanação mais próxima do Divino transcendente e inefável. A partir dela, surgem a Sabedoria e o Entendimento. Isso remete ao texto bíblico: “O Eterno, com sabedoria fundou a terra; com entendimento preparou os céus” (Provérbios 3:19). Com esse trio, que são as sefiroth superiores, estamos ainda no território da abstração, mas a partir dele desdobram-se as 6 sefiroth ditas inferiores, que são o princípio do tempo e do espaço5. Essas, por sua vez, aparecem na forma de dois trios, em que há sempre uma sefirah de misericórdia (Chesed e Netzach), uma sefirah de severidade (Geburah e Hod) e uma outra que equilibra as duas (Tiffereth e Yesod). A penúltima dessas sefiroth, por sua vez, reúne todas as energias anteriores para emanar Malkut, que é o último estágio desse processo, o ponto imediatamente anterior ao surgimento mundo físico. Os nomes das sefiroth inferiores se encontram também num versículo bíblico (1 Crônicas 29:11)

Em resumo, a sefirah mais elevada é Keter. A sefirah mais baixa é Malkut, mais próxima da realidade material. A Árvore da Vida, então, demonstra como Keter se desdobra, todos os processos pelos quais essa força passa, até chegar em Malkut e de lá fazer surgir o mundo físico. Esse é um processo ao mesmo tempo primordial, tendo ocorrido na origem da Criação, e perene, que segue acontecendo o tempo inteiro. Compreendê-lo é, portanto, uma forma de aprender a participar desse processo, o que é coerente com a visão esotérica do ser humano como cocriador.

Cada sefirah é um nexo das forças divinas e, por isso, elas podem ser invocadas pelo uso dos nomes de Deus. Numa obra chamada Midrash Rabbah, consta a frase, numa fala de Deus: “Queres saber Meu nome? Eu sou chamado de acordo com Minhas ações” (Shemot 3:6, comentário ao livro do Êxodo). É por meio desses atributos que são distribuídos os vários nomes de Deus. Em seu aspecto misericordioso, Deus é chamado El, pois El é o nome divino associado à sefirah de Chesed, que é o princípio da bondade-amorosa. Elohim é o nome da sua força na natureza (o nome Elohim e a palavra hatevah, “natureza” em hebraico, têm o mesmo valor numérico, inclusive6), por isso esse é o seu nome em Geburah, a sefirah oposta a Chesed. E assim por diante. A distribuição desses nomes também é feita com base no Sefer Yetzirah.

No mais, as sefiroth possuem também vários tipos de correspondências, que nos ajudam a entender sua natureza. Além de um nome divino, cada uma delas está associada a um dos versículos de Gênesis 1, com cada uma das vezes em que Deus dá um comando (isso consta no livro Bahir, outro dos pilares da literatura cabalística), e há associações ainda com personagens bíblicos, partes do corpo e com as letras do Tetragrama YHWH.

No meu curso, nós entraremos em maiores detalhes sobre o conceito de cada sefirah. Mas, para quem quer uma indicação de leitura, eu sugiro o livro An Introduction to the Kabbalah, de Moshe Hallamish. Se você conseguir lidar com fontes primárias, a grande referência aqui é um livro intitulado Sha’arei Orah (“Portais da Luz”) de Yusef ben Abraham Gikatilla (1248–ca. 1305). Esse livro foi traduzido como Portae Lucis em latim e lido por figuras como o místico católico Johann Reuchlin (1455–1522), que influenciou todo o ocultismo posterior. É possível encontrá-lo em inglês online em tradução dos rabbis Amiram Markel e Yehudah S. Markel. Os comentários de Aryeh Kaplan em sua tradução comentada do Sefer Yetzirah também ajudam demais a começar a entender o assunto.

Diagrama das sefiroth como letras hebraicas uma dentro da outra, no Sefer HaShemot (O livro dos nomes), manuscrito de 1856 (fonte).

As 22 letras

Mas as sefiroth são apenas metade da história. Por si só, elas não constituem a Árvore da Vida. Na verdade, a Árvore da Vida é um desenvolvimento relativamente tardio. Um diagrama mais antigo representa as sefiroth como letras hebraicas, uma dentro da outra (acima). Para formarmos uma Árvore, é preciso que haja ligações entre esses conceitos – e essa ligação é feita pelas letras hebraicas.

O alfabeto hebraico contém 22 consoantes: alef, bet, gimmel, etc até resh, shin e tau. Muito do misticismo judaico gira em torno do significado místico dessas letras, entendidas não apenas como representações gráficas, mas os próprios tijolos da Criação. Com frequência, inclusive, as letras hebraicas são usadas em práticas meditativas cabalísticas, como a de Abulafia (que já comentamos anteriormente aqui).

De novo, o livro que vai elaborar o significado místico de todas essas letras é o Sefer Yetzirah, que reparte o alfabeto em 3 grupos: 3 letras mães, 7 letras duplas e 12 letras simples. A partir daí, há uma distribuição conforme os 3 elementos (terra fica de fora), 7 planetas clássicos e 12 signos zodiacais. Com base nesses grupos, a Cabala luriânica constitui a Árvore dividindo as sefiroth em três colunas (da misericórdia, severidade e equilíbrio) e utilizando as letras como conexão, de modo que ficam distribuídas as letras mães (alef, mem, shin) na horizontal, as letras duplas na vertical e as letras simples nas diagonais. É um esquema profundamente elegante, que resulta na imagem abaixo:

Vocês vão reparar que essa árvore é a mesma que está na imagem que ilustra o texto, mas um pouco mais legível.

De Keter, então, no topo da Árvore, pela letra heh (ה), emerge Chokhmah (à direita), e pela letra vav (ו), emerge Binah (à esquerda). Descendo, pela letra dalet (ד), chega-se a Tiffereth, no centro da Árvore, de onde emana também Yesod via resh (ר). De Chokmah, pelo caminho da letra bet (ב), surge Chesed, da qual, pela letra caf (כ), surge Netzach. Do outro lado, de Binah, pelo caminho da letra gimel (ג), surge Geburah, a qual, por sua vez, gera Hod pela letra peh (פ). Mas há, claro, muitas outras interações entre as várias sefiroth por meio desses caminhos, e há grande sabedoria que se pode escavar daí pela contemplação entre a relação desses conceitos e letras hebraicas.

Por exemplo, gimel é a letra que conecta Binah com Geburah. Binah é entendimento, em oposição à sabedoria, e está no lado de severidade da Árvore, porque sua função é restritora. O que isso quer dizer? Chokhmah é a consciência em estado puro, aquele estado em que não há separação de tempo e espaço, em que está tudo dissolvido, o que a gente pode comparar com o samadhi do vocabulário yóguico. Em Binah é como se essa luz expansiva fosse restringida, como o obturador e a lente de uma câmera, para que possa haver o pensamento. Geburah é força e julgamento, que desce de Binah, porque é preciso haver reflexão para se julgar. O sentido místico da letra gimel, segundo os sábios judeus, é a distribuição de recompensa e punição – de novo aí os conceitos de entendimento e julgamento. Sua correspondência astrológica é com o planeta Marte, um dos planetas considerados maléficos, pois tem a ver com experiências desagradáveis como guerras e epidemias. Mas há uma ligação também de Geburah com Chokhmah pela letra zayin, que simboliza uma espada e equivale ao signo de Gêmeos; com Chesed pela letra álef, a letra do elemento ar (o elemento que equilibra entre o fogo e a água) e símbolo da união suprema; com Tiffereth pela letra tsade (símbolo dos justos, tzadikim, e correspondente ao signo de Aquário); com Hod pela letra peh, que remete à boca e é a letra de Mercúrio.

Por fim, pelo caminho da última letra do alfabeto, tau (ת), chega-se de Yesod para Malkut. Como eu disse, é um arranjo profundamente elegante.

Existem outras distribuições possíveis, no entanto. Um outro arranjo dos caminhos, traçado por Vilna Gaon (o “Gra”), mantém a estrutura dos caminhos, mas troca todas as letras das diagonais. Já o jesuíta Athanasius Kircher, famosamente, vai trabalhar com o arranjo abaixo, em que as letras são distribuídas em ordem alfabética: ou seja, de Keter para Chokhmah vem o álef (א), primeira letra do alfabeto. De Keter para Binah, é o bet (ב), a segunda letra, e assim por diante. Vocês também vão notar que o pentagrama no centro desaparece e surgem dois caminhos embaixo, ligando tanto Netzach quanto Hod a Malkut, pelos caminhos de qof e shin.

A versão de Kircher da Árvore da Vida, de Œdipus Ægypticus (1653), livro 2, parte 1.

Quem tem algum conhecimento de Cabala hermética vai reconhecer que esse é o modelo usado pela magia cerimonial radicada na Golden Dawn e derivados. Mas eu pretendo falar disso num outro momento.

Em todo caso, esse é o conceito: as 10 sefiroth são organizadas conforme a ordem de manifestação e conectadas pelas 22 letras. É por isso, segundo os cabalistas, que o Sefer Yetzirah fala de “32 caminhos místicos de Sabedoria”, pois 32 é 22+10. Segundo Aryeh Kaplan, de novo, o número 32 aqui remete à palavra lev (לב), que significa “coração”. Pois “é no coração que a ação da Mente se manifesta no corpo”, “é o coração que fornece a força vital” e age “como elo causal entre mente e corpo”, motivos pelos quais o Yetzirah se refere ao coração como “o rei da alma” e a experiência mística como “o correr do coração”.

Isso é a Árvore da Vida cabalística, portanto: a representação das emanações de Deus no processo de Criação, dispostas conforme suas relações entre si e conectadas pelas letras hebraicas.

Certo, é tudo interessante, mas isso tudo tem alguma serventia de fato?

Bem, a tradição reconhece três variedades de Cabala: a teosófica, a meditativa e a prática. Para a Cabala teosófica, cujo objetivo é a contemplação de Deus, esses conceitos servem para refletirmos sobre as relações entre o Divino e a Criação – e, como vimos, dá bastante pano para a manga. Para a Cabala meditativa, que busca de fato chegar a experiências místicas, essas forças, letras hebraicas e nomes divinos também fornecem um repertório para práticas de expansão de consciência. E a Cabala prática, que é o ramo mais mágico propriamente em termos de manifestar resultados tem, igualmente, uso para esse diagrama. Diz Gikatilla:

O verdadeiro intento é este: É preciso se concentrar no Nome associado à coisa de que se tem necessidade. Ele deve então elevar sua concentração naquele Nome até chegar ao topo das Dez Sefiroth. Ele então atinge a Fonte Excelsa, que é chamada de Fonte do Desejo. Ao atingir a Fonte do Desejo, então sua demanda e o desejo de seu coração serão supridos. (…) Quem almeja obter de Deus tudo que deseja deve contemplar as Dez Sefiroth. Ele precisa transmitir a Vontade e Desejo da mais alta à mais baixa, até trazê-lo ao Desejo Final, que é o nome Adonai [o nome de Malkut]. As Sefiroth são abençoadas por meio dele e ele é abençoado por meio das Sefiroth.

Ou seja, por meio do conhecimento das emanações divinas, é possível se valer desse caminho de manifestação da realidade e dos nomes divinos associados para a manifestação da sua Vontade.

Todos os anos também acontece o que se chama de Contagem do Ômer (Sefirat HaOmer), um período de 497 dias de meditação entre a Páscoa judaica (Pessach) e o festival das tendas (Shavuot), definido como um momento de introspecção e preparação para receber a Torá, que teria acontecido na data de Shavuot. Em 2026, o Ômer começa em 2 de abril e vai até 21 de maio (as datas no calendário gregoriano variam, pelo fato de esse feriado ser radicado no calendário judaico). Durante cada uma dessas sete semanas, o cabalista reflete sobre cada uma das sefiroth inferiores e suas interações. A 1ª semana é de Chesed. No 1º dia, reflete-se sobre Chesed em Chesed, i. e. a bondade-amorosa em seu estado puro. No 2º dia, reflete-se sobre Geburah de Chesed, a severidade dentro da bondade-amorosa. No 3º dia, sobre Tifereth em Chesed, a harmonia na bondade-amorosa, etc. A 2ª semana é de Geburah, a 3ª é de Tifereth, e assim por diante. O efeito que esse processo tem sobre os praticantes é de uma purificação espiritual profunda.

Dado o potencial do conceito das sefiroth, não é à toa que tanto da magia dita ocidental bebeu dessas fontes. A partir da Renascença, magos, místicos e missionários cristãos vão desenvolver um interesse cada vez maior pela Cabala judaica, forjando a partir daí outras tradições, conhecidas como “Cabala cristã” e “Cabala hermética”. As intenções desses autores varia (alguns de fato se interessam por magia e misticismo, outros querem apenas, vergonhosamente, converter os judeus), mas é inegável o impacto deixado no ocultismo como um todo.

Para quem tem interesse em Cabala judaica (seja prático ou meramente acadêmico), o estudo desse material é, claro, incontornável. Mas para magos e aspirantes associados ao esoterismo ocidental, embora o material ocultista apresente sérios desvios (como dito, vou tratar disso num texto futuro), começar os estudos da Árvore da Vida cabalística com o material judaico mais clássico permite explicar muita coisa e evitar o bitolamento e equívocos que eu vejo no discurso de quem trata do tema tendo estudado só com base em Crowley, Dion Fortune e afins.

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  1. O livro é organizado em dez capítulos, cada um dos quais tem como tema uma das sefiroth. ↩︎
  2. Para ilustrar: segundo Crowley (eu não vou achar agora de onde vem a citação, mas é uma expressão que aparece em vários materiais thelemitas), a Árvore da Vida é uma ferramenta, um arquivo em branco (“blank filing cabinet“) para organizar conceitos místicos. Os tabelões do 777 são basicamente isso posto em prática. A meu ver, essa perspectiva é profundamente equivocada. ↩︎
  3. Eu acho que é neste vídeo aqui que ele fala isso, mas sinceramente, faz um tempo que eu assisti e não vou lembrar ao certo. ↩︎
  4. Existe também uma sefirah “secreta”, por assim dizer, que se chama Da’ath (“conhecimento”). Ela não é uma 11ª sefirah de fato, mas uma união de Binah com Chokhmah. Para a Cabala hermética, ela representa “o abismo”, mas na tradição judaica ela é uma ponte. ↩︎
  5. Essas 6 sefiroth, aliás, são equivalentes à letra vav do Tetragrama, a letra que tem o valor 6 – número que, cabalisticamente, remete às dimensões do espaço (4 direções cardeais, acima e abaixo). ↩︎
  6. Elohim = álef, lamed, heh, yud, mem = 1 + 30 + 5 + 10 + 40 = 86; hateva = heh, tet, bet, ayin = 5 + 9 + 2 + 70 = 86. ↩︎
  7. O número 49 também é relevante cabalisticamente. Em Binah existem os chamados 50 Portais do Entendimento, passagens espirituais pelas quais emana a luz infinita de Deus para a criação e manutenção de tudo que está abaixo (Binah, claro, é a última sefirah superior, imediatamente acima das inferiores). Moisés teria recebido 49 desses portais, mas o último deles não é acessível ao ser humano. ↩︎

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